quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Fria


Dizem-me que estou sempre fria. Não é fria de atitude mas de pele. Para além do mais sou «branquérrima» apesar de passar a maior parte dos dias na praia. Deve ser por não gostar do passado apesar de irreversivelmente estar sempre a intrometer-se no meu presente desejavelmente elástico. E viver no meu mundo onde predominam os sonhos que não vão passar a realidades fixas, onde o tempo engana e o sol brilha todos os dias mas que para mim não passa de neve.


domingo, 8 de agosto de 2010

o essencial


Nunca pensei a amar-te assim. Passaram-se uns seis longos meses até te ver à porta de uma loja. Fala-mos pouco tempo com a desculpa de estarmos com pressa. E já passaram outros seis longos meses (ou então foram só seis dias) desde que te vi nesse dia.
Se me conhecesses muito melhor saberias que queria ter marcado um encontro contigo.
Sabias que Oscar Wilde escreveu muitas cartas ao seu amado quando estava na prisão e este nem as quis ler. O amor engana, não por ser cego, mas pelas pessoas sentirem as coisas mais profundas de maneira diferente.
Penso demasiado em tudo. Tenho sempre coisas para dizer aos outros mesmo sabendo que os outros nem sempre têm tempo ou paciência para me ouvir. Temo que todas as palavras que escrevo não passem de fragmentos de memórias do passado. Fico sempre com a sensação que falta o essencial.

Um abraço

Um abraço, é disso que preciso agora. Mas em vez disso envolvo-me em palavras para esquecer a sucessão de dias passados como se eu fosse uma segunda pessoa. Fico a ver televisão colada ao sofá do tipo pastilha elástica.
Um abraço sentido.
A sinceridade às vezes magoa. Pela verdade despida de quaisquer sentimentos, ou pelos factos ditos em voz alta tomando parte da mente mas sem nós querermos que isso aconteça. Ou por muito mais que ainda tenho de aprender pelas vivências.
Uma amiga verdadeira… quem não quer? Eu quero, eu tenho não uma, mas duas. Poderei contar com elas para o que der e vier e elas comigo. Sempre foi assim desde que passámo-nos a conhecer.
Não tenho medo de estar sozinha. Tenho medo é de me esquecer de quem sou, para onde vim e vou, com quem estou, e com quem tinha contado. A liberdade faz-se sem medos. Eu quero ser livre, e como antes de tudo está a vontade, porque não me ver livre do medo? A minha chave para a felicidade é ver-me livre dos medos, e quero ser feliz. Basta juntar 2+2 como se fosse uma rara e convidativa equação de matemática. Não sou boa a matemática. Mas, há certas coisas de que estou certa… sei quem sou, sei para onde vou, sei com quem contei, sem com quem contar… para sempre talvez.
“A vida muda quando menos esperamos”, mas ao contrário da Margarida Rebelo Pinto eu acredito que há coincidências.
Mas tal como ela sei que a vida muda quando menos esperamos, e gosto de comparar o passado com o presente e aperceber-me de que quando a vida muda, muda sempre para melhor. Não porque tenho sorte, mas porque assim o quis.
Há coisas que nunca mudam… um abraço sentido do Afonso é o que eu preciso agora. Não posso controlar o presente como se o presente fosse uma televisão por cabo e eu tivesse o comando. Mas posso estar com quem quer estar comigo, alguém com que me sinta eu própria sem fingimentos circunstanciais. Ainda bem que tenho amigas verdadeiras. Se não fossem elas não seriamos quem somos.

Antes sozinha que mal acompanhada

Nunca pensei em perder-te. Não para sempre. Tenho aquela sensação de que nunca mais te vou ver e que não vais passar de uma boa memória instalada no meu coração, sim… porque o coração tem memória.
Tenho saudades tuas. Já reparas-te que a palavra “saudades” só existe em português. Foi definida como a sétima palavra mais difícil de se traduzir em todo o mundo.
A Diana disse-me que não passavas de um playboysínho de merda e que a esta hora devias estar cheio de raparigas à tua volta. Não acredito que neste preciso momento estejas com raparigas à tua volta, mas sim que estejas a trabalhar. Mas apesar de seres tímido não nego que tu nos tempos livres assim estejas.
Eu não te conheço mas trago-te no coração como se já te conhecesse.
Não sei quando estaremos juntos de novo, mas meu querido, não é tarde nem é cedo para quem se quer tanto.
Quando leres isto já saberei que não o escrevi para ti ou por ti mas para mim, porque o mais difícil é viver sem amor, viver sem amar alguém.
Tenho um rapaz que anda atrás de mim - o Matias - a Diana diz que ele está interessado em mim, o Bernardo diz que eu o tenho à minha espera. Sim, ele é capaz de ser um rapaz à espera de vaga para entrar na minha vida.
Ou seja, ele é um possível-pretendente-a-qualquer-coisa-do-tipo-namorado. Eu não o quero. Seria outro erro à espera de vaga. O Gonçalo também pode ter sido um erro, mas eu continuo ruída de ciúmes sempre que o vejo com a namorada. Pois, parece que faz de propósito… beijar a namorada à minha frente com muito carinho como quem diz «a esta hora podias ser tu a estar aqui e não ela». Como é que isto é possível, quando estava com ele só pensava que não podia estar com ele que tinha sido um erro à espera de vaga e agora fico com ciúmes por ele ter arranjado uma namorada. E o melhor…. Eu conheço a rapariga e não me lembro de onde, quero dizer ela estava na minha escola… mas conhecia de outro lado e nem sei de onde nem vale a pena me lembrar. Quando o vi com ela só me apetecia ficar a sós com ele e quando a oportunidade chegasse que nos beijássemos e ele percebesse que era com ele que eu deveria ficar. Ao mesmo tempo disto tudo tenho o Matias ao meu lado a fazer-me perguntas sobre quem era o meu ex-namorado, sim porque ele pensa pelas respostas divagadas que lhe dei que ainda ando com o meu ex-namorado, e que ainda gosto muito dele. Enquanto falava com o Matias o Gonçalo reparou que estávamos muito próximos com cara de “não acredito será que já arranjou outro? Ainda há tão pouco tempo acabámos” e eu a pensar com os meus botões «tens uma namorada ao teu lado e estás pasmado por a tua ex-namorada estar a falar com um rapaz?!». Só me apeteceu rir naquele momento. Mas o mais ridículo da situação é que eu não gosto nem do Gonçalo nem do Matias, eu gosto é do Afonso. Dá para acreditar. As mulheres complicam tudo. A Diana simplificou: O Afonso não volta, o Gonçalo está com outra por isso não. E tens um menino muito fix, loiro de cabelos com caracóis que quer alguma coisa contigo – o Matias. Já está na hora de seguires em frente.
E eu digo-lhe Não eu gosto é do Afonso e caso fosse ter alguma coisa com alguém seria com o Gonçalo. Mas no fundo estou bem é sozinha.
Vou continuar à espera do Afonso e enquanto isso não acontece vou vendo o que vai acontecendo com o Gonçalo.
A Matilde ainda não me disse nada. Talvez porque ainda não esteve comigo, mas não importa. Ela é uma óptima conselheira. Ela saberá o que me dizer.
A Diana também dizia que o Gonçalo parecia o menino indicado para mim e olha no que deu. Não eu não vou ter nada com o Matias e desde o primeiro momento que meti isso na minha cabeça e como a Margarida diz é muito difícil tirar uma ideia já fixa aos sagitários. E para além do mais eu não vou ter nada com ele pois ele é um dos ex-namorados da Ana e sobre isso já meti na cabeça que não vou andar com os restos dela. E assim será. Mas visto as coisas deste ponto não faz que o Gonçalo seja também um dos restos da Ana? Nem sei, pois aquilo foi só um flirt, eles dizem que não foi nada mas foi. Olha no fim de tudo posto em pratos limpos fico melhor sozinha. Antes sozinha que mal acompanhada. Ai! Esta frase é tão deprimente.
Sabe-se lá se «ao virar da esquina» não encontrarei alguém que não seja um dos restos da Ana. E que esse alguém me encontre a mim.

O que ficou por dizer depois do "É estupido estarmos chateadas"

Desculpa se te magoei ao dizer o que tinha dito, sou sincera demais e digo o que me está a passar pela cabeça, mas esqueço-me que posso estar errada.
Quando me disseste para nunca mais aparecer à tua frente pensei que tivesses aproveitado a discussão para te afastares definitivamente de mim, que era o que eu pensava que tu querias. Depois dessa conversa tu continuaste distante eu continuei a tentar aceitar a tua distância. Não me restava outra alternativa. Talvez prefiras manter alguma distância entre nós, pois escolheste afastar-te de mim. A amizade é o amor sem preço nem prazo de validade, por isso aceito sem reservas e sem mágoa qualquer atitude que possas tomar, porque sei que a nossa amizade é eterna e que vais voltar como se nunca nos tivéssemos afastado. Tenho saudades tuas, saudades do tempo em que confiávamos uma na outra, queríamo-nos ajudar, apoiar e proteger, e sentíamos que estávamos no mesmo barco. Não sei como nem porquê, mas tenho a certeza que entendes o que aqui te escrevo para além do que te estou a dizer. Assisto aos meus erros e falhas como se fosse uma segunda pessoa e vivesse fora da minha pele. Ensinaram me a ser sincera, mas ninguém me disse que as pessoas que me são próximas que às vezes não o são.


Living is easy with eyes closed

No present... No future

Para quê sonhar com um Futuro contigo se nem sequer temos um presente?




Apenas sei que nunca ninguém me abraçará como tu.

sábado, 7 de agosto de 2010

He or She? Both =)

Um dia penso se terei de escolher entre ti ou a minha melhor amiga. Mas no fundo sei que se estivermos os três no mesmo lugar e à mesma hora, com a minha melhor amiga a precisar de mim, e tu do outro lado da rua a sorrir-me e a convidar-me para irmos comer um gelado, vou ter contigo. Mas antes digo à minha melhor amiga que é preferível ir ter com ele naquele momento do que mais tarde me arrepender-me por não o ter feito, por não ter compaixão por mim, e seria muito melhor ir ter com ele naquele momento do que a longo prazo ela ter de me ouvir repetidamente a falar dele sem eu nunca ter feito mais alguma coisa para que a minha história fosse perfeita. E ainda acrescentaria umas frases que a animassem do género “Não te esqueças de ser feliz.” (Raul Solnado), e outras mais profundas que lhe fizessem ver que não estaria sozinha que lhe mostrassem que a vida não é só tristezas e que muda quando menos esperamos, e que este mundo quando temos amigos e sabemos para onde queremos ir não é assim tão triste ou melodramático.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A nossa história passada a ferro

Gostava de poder passar a nossa história a ferro, tal como faço com a minha roupa, e guardá-la numa gaveta ou numa caixa e metê-la no roupeiro para ficar lá a ganhar pó. E só quando for muito velha poder voltar a abri-la e rir-me do que se tinha passado e quanto essas recordações se transformaram em momentos de alegria e não de angústia.
Em vez de passar a nossa história a ferro, meto-a na máquina de lavar, desejando que as más circunstâncias fossem com a água suja, ficando assim uma história quase perfeita sem coisas más. E em vez de arrumar a nossa história numa gaveta para depois poder ganhar outra história com outra pessoa diferente, espero que apareças outra vez. Não com um ferro de engomar na mão, mas com uma varinha mágica que pudesse transformar a nossa história quase perfeita em uma outra coisa mais real, mais feliz, em que tu estivesses ao meu lado, eu a sonhar com um futuro perfeito e tu a imaginar no que pode ser feito aqui e agora.